sábado, 12 de novembro de 2011

O que a Igreja tem cantado?

"Sem a vida de Deus presente na vida do ministro, ele só vai gerar entretenimento, barulho, palmas, danças e expressões vazias", diz o cantor Juliano Son

Viver o que prega e pregar o que vive. Será que essa famosa expressão do universo cristão é levada a sério por aqueles que pregam a Palavra de Deus através da música?
A responsabilidade de cantar para Deus existe tanto para o que compõe a música quanto para o que a ministra em sua igreja.
O cantor Juliano Son, líder do Ministério Livres Para Adorar, fala da falta de temor de alguns quanto ao ministério de louvor. "A palavra ministro deveria ser encarada com muito mais peso e responsabilidade. É alguém que, de forma pública, representa alguém eternamente maior que ele. O ministro de louvor ou aquele que compõe canções que podem ser usadas em cultos deveria ter muito temor, pois ele vai ser usado para colocar palavras na boca daqueles por quem o Senhor se deu".
Repetir versos como 'me leva pra onde a Tua mão me levar' ou 'abro mão dos meus sonhos e planos por Ti' sem estar verdadeiramente disposto a cumpri-los pode ser considerado louvor da ‘boca para fora’ por alguns.
A pastora Rosangela Correa Vieira de Oliveira, da Comunidade Cristã Vida Plena, ensina que canções com letras que 'comprometem' devem inspirar reflexão sobre o chamado de Deus. "O fato de estar cantando não é um chamado em si, mas Deus pode fazer valer destes momentos para tocar corações".
Música agradável a quem?
Músicas da moda, com batidas legais, boa melodia, que a Igreja gosta e que vende bem. A busca por atender a uma necessidade comercial e a busca por agradar a igreja são dois fatores que fazem com que o louvor exercido, tanto por um cantor de mídia quanto por um grupo de igreja local, perca sua real finalidade: adorar e agradar a Deus.
A demanda das igrejas é uma possível causa do problema. Segundo a pastora Rosangela, muitos entendem que se o público gosta Deus também gosta.
Uma atitude incomum a alguns ministros e que deveria ser revista é a de submeter a escolha de louvores aos pastores. A busca aprofundada por entender o que de fato diz a letra da canção evita que erros teológicos sejam ministrados.
De acordo com a pastora Rosangela, que foi ministra de louvor por anos, o fato de não ter conhecimento profundo não desqualifica o ministro para cantar, mas ele deve ser humilde e submisso para deixar que o pastor diga o que deve, ou não, ser cantado. "E não pensem os pastores que isso é bobagem, pois não é", exclama a pastora.
Juliano Son lamenta por não saber quantos ministros realmente submetem-se aos pastores, mas crê que o Corpo de Cristo seria beneficiado se todo ministro de louvor passasse por um discipulado pesado ou por um seminário.
Ministrar acerca de quem conhece
O preparo e o conhecimento dos ministros de louvor são fatores indispensáveis para que haja verdadeira adoração a Deus através das canções.
"A palavra de Deus diz que a boca fala do que está cheio o coração, da mesma maneira podemos dizer que a caneta escreve do conhecimento que o músico tem, se o seu conhecimento da palavra de Deus for raso, sua letra será pobre, se o seu conhecimento for profundo, teremos verdadeiras obras primas. E se for um músico que se preocupa em agradar a Deus e sua vida for baseada em oração e devoção, teremos músicas ungidas que podem transformar vidas”, expõe a pastora Rosangela Correa Vieira de Oliveira.
O cantor Leo Fonseca, que também realiza seminários de adoração com o pastor Chris Duran, tem o mesmo entendimento sobre o poder de transformação da música. "Não basta uma melodia e uma bela execução, mas a profundidade da mensagem que vai trazer mudanças reais dentro de nós, curas, restauração e edificação".
"É impossível ministrarmos acerca de alguém que não conhecemos", exclama Juliano Son, "o ministro de louvor deve ser alguém que conhece o Senhor, que anda com o Senhor, que aceita o convite e o chamado do Senhor de estar no quarto secreto dia após dia. Somente a vida gera a vida. Sem a vida de Deus presente na vida do ministro, ele só vai gerar entretenimento, barulho, palmas, danças e expressões vazias".
Por Juliana Simioni
Fonte: GUIAME.COM.BR

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