Dia 31 de outubro em diversas partes do mundo haverá duas celebrações bem diferentes entre si: Halloween e Reforma Protestante. Gostaria de aproveitar para fazer uma breve reflexão sobre estas duas elebrações, por duas razões que julgo muito importante.
A 1ª razão é o esquecimento ou completo desconhecimento por parte de muitos cristãos do que significou a Reforma Protestante e a 2ª razão é o aumento cada vez mais notório das celebrações vinculadas ao Halloween em nosso país.
HALLOWEEN: A celebração mais antiga do Halloween teve lugar entre os Celtas, que viveram a mais de dois mil anos na região onde hoje se encontram a Inglaterra, Irlanda, Escócia e noroeste da França. Os sacerdotes Celtas, chamados druidas, costumavam honrar Samhain, deus dos mortos, ao entardecer do dia 31 de outubro e no dia 1º de novembro. De acordo com a lenda Celta, Samhain controlava os espíritos dos mortos e tinha poder tanto para permitir que eles descansassem em paz como para fazê-los aterrorizar os vivos durante aquela noite.
No século XIX, imigrantes irlandeses levaram esta tradição para a América do Norte, onde ela gradualmente se tornou uma celebração nacional. Dentre alguns símbolos usados nesta tradição destaco o da abóbora recortada em forma de "careta", lenda que conta a história de um homem (Jack) a quem foi negada a entrada no céu, por sua maldade, e no inferno, por pregar peças no diabo. Condenado a perambular pela terra como espírito até o dia do juízo final, Jack colocou uma brasa brilhante num grande nabo oco, para iluminar-lhe o caminho através da noite. Este talismã (nabo que virou abóbora) simbolizava uma alma condenada.
Outros símbolos utilizados eram do gato preto (pessoas transformadas por magias), lua cheia (época de praticar rituais de ocultismo), morcego (por sua habilidade de perseguir sua presa no escuro, adquiriu a reputação de possuir forças ocultas), etc. Estes são alguns símbolos desta antiga lenda Celta que são utilizados até hoje nos festejos do Halloween.
REFORMA PROTESTANTE: Movimento religioso iniciado por um monge agostiniano chamado Martinho Lutero. Sua vida religiosa poderia ter sido igual à de tantos outros, não tivesse sido profundamente marcada pela leitura da Bíblia. O resultado disso é que em 1511, em visita à Roma, começou a achar que nada do que a Igreja e a tradição religiosa ofereciam como caminho para Deus era eficaz. As relíquias veneradas, os lugares sagrados ou as indulgências para diminuir a pena do purgatório pareceram-lhe tentativas fracassadas de alcançar paz interior e comunhão com Deus. Seus estudos da Bíblia tornaram-se uma obsessão em busca de respostas.
Foi então que encontrou a passagem de Romanos que incendiou sua alma: "O justo viverá pela fé". A distância entre a realidade da Igreja e os princípios bíblicos que descobrira revoltou-o a tal ponto que resolveu protestar publicamente contra os rumos que Roma vinha imprimindo à fé cristã. Em 31 de outubro de 1517, fixou 95 teses contra as indulgências na porta da igreja onde pastoreava (Witenberg). Suas teses foram rapidamente divulgadas por toda a Alemanha. Nelas, ele afirmava a nulidade das indulgências para perdoar pecados e livrar almas da condenação, contestava o poder da Igreja como mediadora entre os fiéis e Deus e assegurava que todo fiel arrependido era remido de seus pecados através da fé em Cristo. Este foi o início da Reforma Protestante.
O legado deixado por Lutero, de retorno às Escrituras, move as igrejas de tradição protestante até hoje. Portanto, diante do exposto, convido-os a refletir: Qual a celebração que deve ser lembrada por um cristão de tradição protestante? Ou, de forma mais específica, qual delas deve ser lembrada, por nós metodistas, por se aproximar de nossa teologia? A que trás elementos da cultura e lendas celtas ou a que lembra a ação de Deus na história levantando um homem para reformar a igreja?
Pense nisso, e ajude a esclarecer a importância da Reforma para o cristianismo.
Por Rev. Paulo Dias Nogueira
Via Rede Metodista
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