O pastor Jeremias Albuquerque Rocha está preso há dez meses no Município de Carauari, no Amazonas, após ser condenado por crime de tortura em maio de 2010. Mas está sendo vítima de maus tratos e vivendo em condições subumanas na cadeia e no hospital segundo a família.O pai de Jeremias, Raimundo Roberto Rocha, disse que até abril de 2010 seu filho era uma pessoa saudável e ativa como missionário no interior do Amazonas, mas uma vingança acabou condenando seu filho que hoje vive como doente mental.
Tudo começou no início de 2010, quando a filha de Jeremias foi a um posto de saúde em Carauari e quase foi abusada sexualmente por um agente de saúde. “Inconformado, Jeremias foi à delegacia e denunciou o agente, que é irmão de uma conselheira tutelar. Essa mulher, provavelmente, ficou irritada e revidou na mesma moeda com o meu filho,” conta o pai do missionário.
Ainda de acordo com Roberto, depois desse episódio, Jeremias bateu em suas filhas, gêmeas de oito anos, devido o mau comportamento das meninas em sala de aula. De alguma maneira essa conselheira ficou sabendo e denunciou o pastor para as autoridades.
“Ele foi preso por repreender as filhas e agora vive como um doente mental à base de calmantes,” diz o pai. A família de Jeremias denunciou o caso à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM).
Epitácio Almeida, presidente da Comissão da OAB-AM, esteve em Caruari no começo deste mês e caracterizou o caso de Jeremias como “lastimável”. O advogado relata que o missionário tem marcas de algemas nos punhos e nos tornozelos e que o rapaz de 26 anos foi obrigado a fazer necessidades fisiológicas algemado.
Epitácio diz que o pastor ficou algemado durante cinco meses e, nesse período, começou a apresentar quadros graves de transtornos mentais.
Três médicos do Hospital Geral de Carauari assinaram um laudo onde informam que Jeremias apresenta distúrbio psiquiátrico grave com depressão profunda, transtorno bipolar e intento suicida, e que deveria ser transferido para o Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, em Manaus.
Porém o juiz da cidade, Jânio Tutomu Takeda, que há 18 anos reside no município, não permitiu a transferência.
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