sábado, 1 de setembro de 2012

Polêmica: Igreja católica teria castrado jovens gays nos anos 50


Nos anos 50, a Igreja Católica da Holanda castrou pelo menos dez crianças para reprimir seus impulsos homossexuais. A informação é do jornal NRC Handelsblad, que teve acesso a informações omitidas em um relatório divulgado em 2011 por uma comissão independente criada para investigar abusos sexuais cometidos por sacerdotes desde 1945.

As crianças castradas estavam sob a tutela da Igreja em internatos ou em clínicas psiquiatras. Algumas delas teriam sido vítimas de abuso de padre. A mutilação dos testículos era feita como um “ato de libertação”.
O jornal publicou o caso de Henk Heit House. Em 1956, ele foi denunciado à polícia por supostamente estar se prostituindo em um internato católico na província de Ontário. House, após seu depoimento à polícia, foi castrado em um hospício da Igreja Católica.
Responsáveis pela comissão de investigação disseram que não divulgaram os casos de castração por insuficiência de provas. Mas o jornal citou uma farta documentação, incluindo cartas pessoais da época que denunciavam a violência.
A revelação do jornal tem tido forte repercussão na Holanda. O historiador Peter Nissen, por exemplo, disse que, por causa da superficialidade da investigação, era previsível que outros abusos viessem à tona, mas ficou surpreendido com essa “história chocante e comovente”.
Nissen afirmou que a mutilação está em desacordo com a moralidade católica, porque é uma violação da integridade do corpo.
Guido Klabbers, presidente da KLOKK, entidade que representa as vítimas de padres, disse que a revelação é “puro horror”, além de mostrar como a Igreja acreditava que podia resolver o “problema” dos meninos com predisposição à homossexualidade. Ele espera que seja aberto um inquérito parlamentar para que nada mais fique encoberto.
A conferência dos bispos da Holanda emitiu nota lamentando essas novas histórias, “se de fato forem verdadeiras”. A entidade se colocou à disposição para ajudar a “apurar toda a verdade”.
Fonte: Paulopes

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