quarta-feira, 28 de março de 2012

Deputado evangélico acusado de realizar a “oração da propina” presta depoimento

Deputado evangélico acusado de realizar a “oração da propina” depõe e afirma não ter recebido dinheiro
Junior Brunelli (ex-PSC), ex-deputado distrital que participou do episódio que ficou conhecido nacionalmente como “oração da propina”, prestou depoimento na última semana em uma audiência de instrução na 2ª Vara de Fazenda Pública de Brasília. Durante seu depoimento o ex-parlamentar afirmou não ter recebido mesada do suposto esquema de corrupção conhecido como mensalão do DEM.
O ex-deputado disse que só recebeu dinheiro uma vez do delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa. “Eu agradeci. Foi surpresa. Estava em tempo de campanha, precisava do dinheiro”, afirmou o evangélico, que disse ainda não ter conhecimento da origem do dinheiro que recebeu. Afirmando que o dinheiro foi entregue ao seu tesoureiro, ele não soube explicar porque o dinheiro não consta na prestação de contas da campanha: “Só após a ocorrência dos fatos percebi que os valores não estavam na prestação de contas, mas não indaguei ao tesoureiro o motivo”.
Questionado pelo juiz e pelo Ministério Público sobre a “oração da propina”, Brunelli disse que na época estava sofrendo retaliações do governo Arruda porque ele estaria trocando o DEM pelo PSDC, e que a oração foi feita a pedido de Durval Barbosa.
Porém o depoimento do ex-deputado diverge das afirmações feitas por Barbosa em seu depoimento. Ele afirmou ter feito pagamentos mensais ao ex-deputado entre 2003 e 2006, em valores que variavam entre R$10 e 20 mil, e que Brunelli sabia que se tratava de dinheiro ilícito. “Também contribuía para eventos religiosos na igreja dele. Não sei dizer quanto eu paguei a ele, mas sei que foi uma quantia vultosa”, completou.
Barbosa afirmou também que o então deputado Leonardo Prudente, conhecido como “deputado da meia” por ter sido gravado colocando dinheiro recebido de Durval Barbosa nas meias, e Brunelli tinham uma parceria para obtenção de dinheiro ilícito: “O Leonardo Prudente sempre usou o [Brunelli] Junior que era mais arrojado”.
De acordo com o G1, Prudente foi convocado por Brunelli como testemunha de defesa e negou que soubesse sobre a colaboração de Barbosa para a campanha do ex-deputado. “Só tenho conhecimento de que eles estiveram juntos para apoio político”, disse em seu depoimento. Sobre a “oração da propina” ele disse lembrar que Durval Barbosa pediu para Brunelli fazer a oração alegando estar passando por dificuldades familiares.
Fonte: Gospel+

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