Todos sofrem por um fim de namoro, um final precoce de uma relação e lidam de formas distintas com suas dores, alguns esperam e respeitam o tempo necessário de recuperação, outros buscam, em caráter de urgência, um substituto para aplacar o sofrimento.
Comento bastante, em especial nas perguntas que recebo, sobre a necessidade de se esperar e ao esperar poder viver a possibilidade de elaborar a dor e se preparar para uma próxima relação. Contudo vejo que muitos insistem na idéia de que não se pode sofrer por alguém, que sentir tristeza é algo "menor" ou até desnecessário, que não tem tempo a perder ou que correm para um novo namoro para curar o que passou. Oriento sempre que tenham cuidado em não atropelar passos importantes no caminho de uma recuperação e o caminho mais longo nessas circunstâncias costuma ser mais sólido e saudável a longo prazo.
Vamos então levantar pontos importantes a serem considerados quando o assunto é recomeço.
Quanto tempo preciso esperar? Sabemos que um ano é um tempo razoável para se passar pelas etapas do processo da perda e de restabelecimento. Não é matemático, mas é consensual dentro do nosso campo, muito menos que isso costuma deixar falhas em razão de atropelos nas etapas. Claro que existirão variações de intensidade ou necessidade de tempo, mas é um tempo de recolhimento necessário para se pensar no que aconteceu, para se habituar com a ausência do outro no seu dia a dia, com o espaço vazio deixado pela falta, com a retomada dos amigos ou relações que tenham se distanciado durante o namoro, de recomeçar, de colher forças, coragem e uma real vontade ou real disponibilidade para um novo vínculo em sua vida. Poderia enumerar várias outras razões, mas essas já bastam e são complexas o suficiente, então pergunto, como fazer tudo isso correndo? em pouco tempo? é possível?
Chegamos ao próximo ponto, as etapas mal processadas costumam levar a um namoro "de transição", "de apoio", "de suporte", podendo ser vivido como um "tapa buraco". Para algumas pessoas sabemos que funciona e até encontram na relação seguinte algo bastante real e sólido, mas para a maioria essa prática traz em pouco tempo angústias, desânimo ou desinteresse no parceiro, isso porque logo no início a relação serviu como um grande depósito da carga vivida, teve como base a necessidade de cura para uma dor, fazendo como que esse novo relacionamento exercesse uma "função" e terminada essa função ele perde a razão de existir ou não se sustenta. O final nessas ocasiões costuma ser o mesmo, o namoro termina e tudo que ficou em aberto na relação anterior e mascarado na atual retorna com a mesma ou maior intensidade. Mais uma vez, por não ser algo absoluto ou matemático, podemos dizer que em alguns casos esse processo encontra êxito e o "namoro de transição" ajuda a melhorar a dor, as inseguranças, os medos e se transforma em uma saudável parceria, mas isso acontece em poucos casos, na maioria deles o buraco reabre e pede passagem.
Algumas pessoas seguem tapando buraco e encontram os seus salva vidas onde se apóiam e se sustentam por medo de afundar, de não dar conta, não sobreviver. Hábito bastante perigoso pelo risco de se tornar repetitivo e deixar preso em um relacionamento cristalizado e pouco saudável.
Vale considerar que toda essa dinâmica sofre infinitas e imensas variações dependendo de quem se trata, de sua personalidade, suas questões emocionais, suas histórias e seus recursos para lidar com a dor.
Em todo o caso, voltando ao ponto de partida do artigo, é fundamental ter em mente que a casa precisa ser arrumada ao final da festa, tudo está fora do lugar, a bagunça é generalizada. É preciso um tempo de arrumação, de recolhimento, de retomada de força, preparar para a próxima a visita, para que ela seja bem recebida e por alguém bem disposto. Não se prive desse tempo, ele será seu parceiro, muito mais do que se imagina, ele lhe trará um novo olhar e novas perspectivas sobre o que passou e lhe ajudará a enxergar melhor o futuro e as escolhas que fará. Se permitir um tempo é acima de tudo um gesto de cuidado com sua vida, com o seu mundo emocional e com a próxima relação que surgir.
Comento bastante, em especial nas perguntas que recebo, sobre a necessidade de se esperar e ao esperar poder viver a possibilidade de elaborar a dor e se preparar para uma próxima relação. Contudo vejo que muitos insistem na idéia de que não se pode sofrer por alguém, que sentir tristeza é algo "menor" ou até desnecessário, que não tem tempo a perder ou que correm para um novo namoro para curar o que passou. Oriento sempre que tenham cuidado em não atropelar passos importantes no caminho de uma recuperação e o caminho mais longo nessas circunstâncias costuma ser mais sólido e saudável a longo prazo.
Vamos então levantar pontos importantes a serem considerados quando o assunto é recomeço.
Quanto tempo preciso esperar? Sabemos que um ano é um tempo razoável para se passar pelas etapas do processo da perda e de restabelecimento. Não é matemático, mas é consensual dentro do nosso campo, muito menos que isso costuma deixar falhas em razão de atropelos nas etapas. Claro que existirão variações de intensidade ou necessidade de tempo, mas é um tempo de recolhimento necessário para se pensar no que aconteceu, para se habituar com a ausência do outro no seu dia a dia, com o espaço vazio deixado pela falta, com a retomada dos amigos ou relações que tenham se distanciado durante o namoro, de recomeçar, de colher forças, coragem e uma real vontade ou real disponibilidade para um novo vínculo em sua vida. Poderia enumerar várias outras razões, mas essas já bastam e são complexas o suficiente, então pergunto, como fazer tudo isso correndo? em pouco tempo? é possível?
Chegamos ao próximo ponto, as etapas mal processadas costumam levar a um namoro "de transição", "de apoio", "de suporte", podendo ser vivido como um "tapa buraco". Para algumas pessoas sabemos que funciona e até encontram na relação seguinte algo bastante real e sólido, mas para a maioria essa prática traz em pouco tempo angústias, desânimo ou desinteresse no parceiro, isso porque logo no início a relação serviu como um grande depósito da carga vivida, teve como base a necessidade de cura para uma dor, fazendo como que esse novo relacionamento exercesse uma "função" e terminada essa função ele perde a razão de existir ou não se sustenta. O final nessas ocasiões costuma ser o mesmo, o namoro termina e tudo que ficou em aberto na relação anterior e mascarado na atual retorna com a mesma ou maior intensidade. Mais uma vez, por não ser algo absoluto ou matemático, podemos dizer que em alguns casos esse processo encontra êxito e o "namoro de transição" ajuda a melhorar a dor, as inseguranças, os medos e se transforma em uma saudável parceria, mas isso acontece em poucos casos, na maioria deles o buraco reabre e pede passagem.
Algumas pessoas seguem tapando buraco e encontram os seus salva vidas onde se apóiam e se sustentam por medo de afundar, de não dar conta, não sobreviver. Hábito bastante perigoso pelo risco de se tornar repetitivo e deixar preso em um relacionamento cristalizado e pouco saudável.
Vale considerar que toda essa dinâmica sofre infinitas e imensas variações dependendo de quem se trata, de sua personalidade, suas questões emocionais, suas histórias e seus recursos para lidar com a dor.
Em todo o caso, voltando ao ponto de partida do artigo, é fundamental ter em mente que a casa precisa ser arrumada ao final da festa, tudo está fora do lugar, a bagunça é generalizada. É preciso um tempo de arrumação, de recolhimento, de retomada de força, preparar para a próxima a visita, para que ela seja bem recebida e por alguém bem disposto. Não se prive desse tempo, ele será seu parceiro, muito mais do que se imagina, ele lhe trará um novo olhar e novas perspectivas sobre o que passou e lhe ajudará a enxergar melhor o futuro e as escolhas que fará. Se permitir um tempo é acima de tudo um gesto de cuidado com sua vida, com o seu mundo emocional e com a próxima relação que surgir.
Fonte:Guiame
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