Creio que o abrir de muitas igrejas não está ligado necessariamente a exposição e aceitação do Evangelho, assim como abrir mais mercados não significa que as pessoas estão comendo mais. Ainda existe muita fome, tanto de comida quanto de Evangelho. O quê mais vemos é uma instrumentação errada do Evangelho para criar adeptos ideológicos de denominações.
Dizemos que somos filhos da “tradição protestante”, sem contudo nenhum protesto, nem tradição. Aceitamos todo tipo de “baboseira gospel” em nome de quem quer que seja, e depois assumimos a irresponsabilidade de alguns como sendo de todos. Não respeitamos nem a história, nem o contexto, criamos “novas revelações” por demanda de crescimento numérico, e a igreja vai caminhando a passos largos para o estranhamento social e a diferença teológica de uma para outra igreja local. É por isso temos um “corpo de Cristo” todo fragmentado, esquartejado e dilacerado pelas diferenças pessoais e teológicas. É literalmente cada um por si…e Deus? Bem Ele é por todos, né!
Parafraseando Paulo pra Timóteo, eu diria que: Nos últimos dias, vemos transformada a Graça de Deus em libertinagem religiosa, crentes levados mais por emocionalismo do que por discernimento.
Nos últimos dias, vemos transformado o culto em Show, cultuando “celebridades” cheias de si mesmas, ao invés de Jesus, o único que podia ser…e não foi. Nos últimos dias, vemos transformado o dízimo em dívida divina, fazendo de Deus um “devedor de bençãos” ao invés de credor de vida.
Nos últimos dias, vemos transformado o milagre em marketing, fazendo do poder de Deus, o garoto propaganda da “unção especial” da denominação. Nos últimos dias, vemos transformado a força ética em força numérica, isto é, se tem muita gente, então “é de Deus”, não importando se o que é feito em nome Dele, tem relação com o caráter de Deus ou não.
Nos últimos dias, vemos transformado adoradores em animadores de estádios de futebol, gritando em muitos decibéis: “crente que não faz barulho está com defeito de fabricação!” – meu Deus, a quem queremos convencer???
Deformações, derrotas, deslizes, aproveitamento ilícito, roubo, etc, é claramente um sinal do joio crescendo no meio do trigo. Apesar de ouvir coisas horríveis acontecendo dentro da “igreja” sei que isso não vem da verdadeira Igreja do Senhor. Como diz o velho adágio: “Nem tudo que reluz é ouro”, por isso nem tudo que leva o nome de Deus, está ligado a Ele. Concluo dizendo que; Sim, pode haver muitas…muitas igrejas, mas ainda há muito pouco de Deus neste mundo!
Senhor nos ajude…Muitas pessoas comemoram o fato do Evangelho estar crescendo no Brasil e no mundo, e atrelam este crescimento do Evangelho ao crescimento das igrejas e templos abertos por todo lugar. Uma coisa não está necessariamente relacionada à outra.
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