Os casos de abusos contra menores, muito ocorridos há décadas tem manchado a imagem da Igreja Católica Romana em todo o mundo e levaram a uma forte queda da confiança pública em países como Irlanda e EUA. Com a Comissão espera-se que a imagem seja restabelecida. – Confira e comente…
O Vaticano deve criar um comitê especial para aprimorar medidas de proteção contra abuso sexual infantil na Igreja, disse na quinta-feira o arcebispo de Boston, cardeal Sean Patrick O’Malley.
“Até agora houve muito foco nas áreas judiciais, mas a parte pastoral é muito, muito importante. O Papa Francisco está preocupado com isso”, disse O’Malley a jornalistas.
A comissão de especialistas deve “estudar essas questões e trazer recomendações concretas” para o papa e o Vaticano, disse.
O’Malley fez as declarações no terceiro e último dia de uma série de reuniões a portas fechadas entre o papa Francisco e uma comissão especial de oito cardeais que discutem a administração problemática do Vaticano.
A comissão, indicada um mês depois da eleição do papa, ressaltou sua determinação em levar adiante reformas na administração do Vaticano e formas de tratar dos escândalos como a questão do abuso sexual de crianças por padres.
O comitê pode criar códigos de conduta profissional para os clérigos, orientações para os funcionários da Igreja em cada país sobre como lidar com a má conduta e verificar se há candidatos a sacerdotes, disse O’Malley.
“A ênfase até afora tem sido mais sobre os procedimentos legais e menos sobre a resposta pastoral”, explicou, acrescentando, no entanto, que a comissão também buscará formas de trabalhar em conjunto com as autoridades civis contra o abuso.
“Os cursos de formação têm ajudado muito na prevenção e na identificação dos sinais de perigo”, declarou. “A tarefa será estudar a situação e fazer sugestões ao Papa Francisco” acrescentou.
O Vaticano declarou que seus promotores de Direito Canônico estão investigando milhares de supostos casos de abusos, mas não esta claro quantos foram confirmados e quais as medidas foram tomadas contra os culpados.
“A responsabilidade da Congregação para Doutrina da Fé não vão mudar”, disse o Cardeal, referindo-se ao departamento do Vaticano responsável po investigar os abusos.
Abusos e acobertamento no âmbito da Igreja começaram a vir a tona há uma década nos EUA e desde então muitas outras revelações foram feitas – embora estas denúncias sejam provenientes, principalmente, de países ocidentais.
O Vaticano declarou na quarta-feira(04) que não pode responder às perguntas do Comitê das Nações Unidas para os Direitos da Criança sobre os abusos, explicando que não é responsável pelas ações de clérigos individuais, já que eles estão sujeitos às leis nacionais.
As autoridades do Vaticano participarão de uma reunião do Comitê da ONU, em Genebra, no dia 16 de janeiro/14, e O’Malley declarou que “isso ajudará a Santa Sé a demonstrar sua vontade de contribuir”.
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