O padre Roberto Francisco Daniel, 48 que por ter feito comentários que ao parecer da Igreja Católica fere os princípios de sua sua ordenação sacerdotal e por isso o excomungou. Diante desta decisão o padre desabafou “Pedófilos não são excomungados, mas eu fui” e contou com um manifesto a seu favor.-Confira, assista a passeata com comentários de fiéis e comente…
Uma passeata de protesto contra a excomunhão do padre Roberto Francisco Daniel, 48, conhecido como Beto, reuniu por volta de 300 pessoas neste sábado (4) em Bauru (SP). Ele foi punido após declarações de apoio a homossexuais e questionamentos a dogmas da Igreja Católica.
O ex-religioso, que pensa em fazer carreira política e negocia filiação ao PSOL, não participou da manifestação, organizada por católicos reunidos num grupo de apoio criado no Facebook. Enquanto a passeata ocorria, ele se pronunciou por meio da rede social.
“Caráter não tem relação com raça, sexualidade, nacionalidade ou profissão”, escreveu.
A passeata teve contornos de procissão católica. De branco, os manifestantes rezaram e cantaram músicas religiosas. Mas os apoiadores também entoaram gritos contra o preconceito e, com faixas e cartazes, manifestaram apoio ao ex-padre.
Militantes da causa gay também participaram. O vereador Markinho de Souza (PMDB), um dos líderes do movimento da diversidade em Bauru, disse que, em vez de excomungar o ex-padre, a Igreja Católica deveria punir pedófilos.
O evangélico Aloisio Pereira da Silva Júnior, fundador da primeira igreja gay da cidade, lembrou que também foi expulso do movimento Renovação Carismática, da Igreja Católica, ao assumir a homossexualidade.
A passeata começou em frente à Catedral do Espírito Santo, na região central de Bauru, e seguiu pelo calçadão da Batista de Carvalho,o principal ponto do comércio popular da cidade.
A Diocese de Bauru divulgou um comunicado em que o padre nomeado juiz instrutor do processo de excomunhão nega que a punição decorra das declarações de padre Beto em favor dos gays.
A excomunhão, segundo o juiz, ocorreu porque ele “se negou categoricamente a cumprir o que prometera em sua ordenação sacerdotal: fidelidade ao Magistério da Igreja e obediência aos seus legítimos pastores”.
- Já em entrevista a UOL o padre Beto comentou: “Foi com bastante indiferença [que recebi a notícia] porque eu já tinha me desligado. Mas, por outro lado, vejo com muita tristeza a incoerência dela [da Igreja], porque nós sabemos de casos que são notórios e públicos de pessoas, padres e bispos que erraram, que cometeram crimes de pedofilia, outros crimes também, que são punidos pela lei penal, mas não são excomungados. E a gente que simplesmente ajudou na reflexão sobre esses temas é excomungado. Vejo uma incoerência muito grande”.
O juiz decretou o sigilo do caso e nenhum integrante da diocese pode dar declarações.
Beto recebeu convite de filiação ao PSOL e disse que a possibilidade de aceitar é grande. Por enquanto ele não fala em candidatura. Em maio, vai a Brasília participar de um encontro sobre sexualidade e religião organizado pelo deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ).
Incidente
No final da passeata, cinco pessoas foram atingidas por um líquido jogado de uma janela e, em seguida, sentiram a pele arder. A bióloga Viviane Pinheiro Abrantes, 42, foi uma das atingidas. Ela procurou o médico e foi informada que só uma perícia pode determinar que tipo de substância foi jogada. Viviane ficou com uma mancha vermelha no rosto e disse que sentiu muita ardência.
A bióloga, que registrou boletim de ocorrência, lamentou o fato. “Estávamos numa manifestação pacífica”, disse.
Uma adolescente de 18 anos, que prefere não ser identificada, também foi atingida nos braços e pés. Um médico que estava na passeata a atendeu, mas não pôde identificar o líquido. A jovem também disse ter sentido a pele arder. Ela ficou com manchas vermelhas no corpo.
Fonte:inforgospel.com.br – com informação Folha/UOL – vídeo G1/Marília e Bauru - fotos Alan Schneider – G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante.
Deixe seu comentário.