O jornalista da Revista Veja Reinaldo Azevedo fez um post esclarecedor sobre a frase “Não me representa” bastante difundida nas redes sociais e em manifestações contra o atual presidente da CDHM pastor Marco Feliciano. Reinaldo: “A frase não passa de uma tolice autoritária, típica de gente que não entende o que é o processo democrático.”-Clique, leia e comente…
Houve protestos ontem(07/04) no Rio e em São Paulo contra a permanência legal e democrática — se gostam ou não dele, aí é outra conversa — do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. O fato é que um evangélico ter chego à presidência da comissão por mecanismos garantidos pela democracia, não pode ser deposto por métodos ditatoriais. É simples assim. Anima essas manifestações essa máxima que se vê nas fotos nas redes sociais e passeatas: “Não me representa” — com a variante “não nos representa”. Certo! Essa gente está cutucando evangélico com vara curta.
Na hora em que eles decidirem botar o bloco na rua, aí então se vai saber o que é massa. Atenção! Eu não acho que a quantidade define quem está certo ou quem está errado – diz Reinaldo Azevedo.
A frase não passa de uma tolice autoritária, típica de gente que não entende o que é o processo democrático e pretende vencer no berro, e um emblema desses tempos de minorais mimadas pela imprensa e pelos Poderes constituídos. É claro que Feliciano não representa esses gatos-pingados que vão às ruas ou os milhares de radicais do teclado. Os representantes dessa turma são outros — Jean Wyllys, por exemplo, que chegou à Câmara sobre uma montanha de 13 mil votos. Feliciano não os representa, é certo, mas tem a representação, em primeiríssimo lugar, de 212 mil pessoas que votaram nele — voto a voto, vale por mais de 16 Jeans Wyllys, ora essa!
Vamos parar com essa tolice de “não me representa”. O Parlamento, queridas minorias mimadas e celebridades, não existe com o fito exclusivo de representá-las. Também representa os outros, muito especialmente as… maiorias. A questão é saber se se vai buscar o diálogo ou o confronto.
Feliciano só é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara porque os petistas deram de ombros pra ela, não a quiseram.
O que quer dizer “não me representa”? Que o sujeito discorda das ideias do outro? E daí? Nesse particular, a Dilma não me representa. O Lula nunca me representou. Mas jamais propus que fossem depostos por isso (o Apedeuta deveria ter caído, mas por causa do mensalão de Genoino e João Paulo, os dois condenados que estão na CCJ). A governanta não ME representa, já que não votei nela, mas representa um Poder. Igualzinho ao Feliciano! A ignorância supostamente ilustrada do que seja democracia, especialmente das celebridades, é de lascar! Vão se instruir um pouquinho! Tentem saber como funciona o regime democrático.
Ah, sim, quase me esqueço: o Feliciano também não me representa. Como sou um democrata, acho que ele tem de cumprir seu mandato. É possível discordar de alguém sem aderir a uma campanha de linchamento. É possível fazer-se ouvir no Congresso sem agredir os fundamentos da democracia.
A propósito: as celebridades que estão emprestando a sua fama à causa representam quem mesmo?
Confira post na integra no site da Veja.com no Blog do Reinaldo Azevedo –CLIQUE AQUI
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