A emissora pretende maior aproximação com os evangélicos a partir de 2013. Na pauta de discussões, a viabilização de uma maior aproximação entre a Globo e os evangélicos |
Em meados de Novembro, líderes evangélicos foram convidados e estiveram no centro de teledramaturgia da emissora - Projac - para uma reunião com o diretor de Projetos e Eventos Especiais da Globo. Estiveram presentes na reunião, vários líderes religiosos, entre lideranças ligadas à Confederação dos Conselhos de Pastores e Evangélicos do Brasil (CONCEPAB).
Os líderes acreditam no sucesso dessa relação e que isso possibilitará a maior divulgação do Evangelho. A reunião veio depois de iniciativas da emissora em alcançar a massa evangélica através de eventos. Em 2011, a Globo, através da sua empresa de entretenimento Geo Eventos, realizou o Festival Promessas, cujo público alvo foi o evangélico.
A empresa também tem planos de lançar uma feira gospel, a "Feira Internacional Cristã", que vai concorrer com a atual ExpoCristã, considerada a maior feira de produtos cristãos na América Latina.
Críticos veem nessa aproximação interesses comerciais, dado ao crescimento do número de evangélicos no país. Há os que creditam essa aproximação, a uma concorrência maior contra a TV Record que pertence ao Bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, cuja emissora é concorrente direta da Globo, inclusive por adotar perfil de programação muito semelhante. Por outro lado, essa aproximação seria um "prato cheio" para evangélicos que visam maior popularização de sua marca e seus produtos e se tornar alvo do holofote da fama e glória terrenas.Trata-se de interesses comuns, que se distancia em muito da proposta evangelizadora, apesar de ser este o pretexto utilizado por muitos líderes religiosos e artistas. A Globo tem sido criticada por diversos segmentos evangélicos pela temática que defende em sua programação, principalmente novelas, que segundo creem, depõem contra os valores de família tão respeitados pelos crentes. Essa aproximação pode ser, também, uma tentativa de "limpar a barra" com os cristãos.
Quando percebo algo dessa natureza, lembro-me do versículo "Vigiai, porque o diabo vosso adversário vive em derredor procurando alguém que possa tragar". O que deslumbra a muitos é que o leão não parece ofensivo como outrora fora, e ao invés de "tragar", muitos passam a se aproximar dele, encantando-se apaixonadamente por sua performance. Viu? não faz mal nenhum, dizem alguns.
Evangelho banal
Há uma crescente mudança na postura de determinadas Igrejas, vistas no passado como conservadoras. A necessidade de explorar popularidade e converter novos membros, tem feito muitas dessas religiões mudarem a linguagem, a visão, a estética e até comportamentos e certas ‘doutrinas’ para se tornarem aceitas pela maioria que procura um grupo que se identifique com seu perfil e corresponda a suas expectativas.O que ocorre no mundo mercantilista, acontece no âmbito religioso, em alguns casos como “isca” para atrair novos fiéis que acabam se sentindo enganados quando se deparam, na prática, com as ações do grupo; e há mesmo os que se apresentam com suas características reais. O nome 'protestante' já não é mais bem visto pelos que defendiam os valores e princípios religiosos independentemente das inclinações sociais e de suas vontades. A chamada "política da boa vizinhança" tem feito muitos deixarem de fazer sua luz brilhar. As relações respeitosas não significam compactuar com interesses que ferem o compromisso com o evangelho genuíno. Uma aproximação de propósitos definidos, certamente levam à uma mudança, a uma transformação no modo de agir. O oportunismo pela fama, é a perseguição de muitos apenas para constar em seus currículos o seu circulo de relacionamentos.
A 'glamurização' de artistas gospel torna-se armadilha para os de boa fé |
Penso que a religião deve ser um elemento de transformação da sociedade, que sugira mudança de rumo, não a reprodução do status quo, popularizando um evangelho que, na prática, não produziria os resultados supostos. Os argumentos utilizados são hipotéticos e, em muitos casos, não alcançam o que se espera, a não ser um número cada vez maior dos que se consideram evangélicos, que gostam de determinados cantores, ou um pastor ou padre popstar que conquista uma gama de fãs, e isso consequentemente não tem colaborado para a prática verdadeira da solidariedade, o amor ao próximo, a prática da palavra de Deus. – É neste ponto que muitos perdem o propósito, e acabam vivendo um namoro perigoso numa linha tênue entre o santo e o profano, entre o egoísmo e o altruísmo, que aos poucos, pode afastar-nos do propósito oponente às coisas do mundo.
Esses dias me deparei com uma pessoa cantarolando uma música gospel de um cantor muito conhecido. Puxei conversa com ele e perguntei se ele era evangélico. Ele disse que não era, mas gostava de músicas gospel. Perguntei se ele tem vontade de ser evangélico, e ele respondeu: “Ah não! Eu gosto das minhas cervejinhas; eu fumo, gosto de uns pagodes também e crente não faz essas coisas”. Talvez para o cantor em questão seja algo muito interessante, pois se seu propósito é que sua música seja famosa, o objetivo foi concretizado, pelo menos nesse caso. Essa abordagem não tem nenhum valor científico pois foi realizada por mim informalmente, mas a suposição de que a “popularização” das músicas e de produtos do mercado gospel tem efeito evangelizador pode não ocorrer da maneira como se pretende. O público consome, e volta à mesma vida; continua em suas mesmas práticas. Fazem o sinal da cruz em respeito às coisas sagradas, mas como uma 'obrigação' costumeira. O argumento de realizar algo extraordinário ou popularizado para arrebanhar fiéis para o reino de Deus sempre está por trás de qualquer ação, que no fundo revela o interesse mercadológico da exploração da fé e do nome Jesus para justificar tudo o que é realizado em seu nome. E tudo continua como está.
Fonte:Blog do Elias Teixeira via http://jesusagrandeesperanca.blogspot.com.br
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