O relacionamento conjugal é o principal vínculo afetivo na vida adulta, pois provê a estrutura primária da família e a possibilidade da intergeracionalidade, ou seja, da obtenção de filhos. Por ser tão significativo, apresenta uma série de consequências à vida das pessoas. Nas sociedades ocidentais, normalmente as pessoas unem-se por “amor”, mas, o relacionamento passa por diversas fases distintas, vamos conhecê-las?
Encantamento - Inicia-se com o namoro a partir de um processo de “apaixonamento”. Tal processo nada mais é que uma idealização da pessoa amada, que significa que as pessoas enfatizam as características que elas consideram como positivas do ser amado e observam menos as características que elas poderiam caracterizar como negativas.
Esse processo é denominado de “percepção seletiva”. São filtros na percepção que fazem as pessoas destacarem certas características de outras em determinados momentos. O processo de encantamento cria filtros seletivos na percepção que fazem as pessoas observarem principalmente os aspectos que elas julgam como positivos. Nesse sentido, o ser amado torna-se uma pessoa “quase ideal”, repleta de aspectos positivos. Nessa fase tudo que o outro faz é bonito e engraçado. O casal sente-se como apenas um, vivendo repleto de felicidade, de sonhos e promessas.
Normalmente, os filmes e os contos de fada finalizam com o “pedido de casamento” e mostram finais felizes, permitindo a imaginação das pessoas concluírem que os casais “viveram felizes para sempre”. Mas essa não é a realidade da maioria dos casamentos ou relacionamentos.
Desencantamento - Esse processo começa quando o cônjuge percebe que a pessoa que ele idealizou, não existe, e que a pessoa que está do seu lado tem muitos defeitos. Em geral, essa fase varia muito, pois existe pessoas que são mais sonhadoras e outras mais práticas e realistas. De forma geral ocorre nos primeiros 2 anos de relação nesse período ocorrem fases de maior adaptabilidade (satisfação) e mal-adaptativas (com mais conflitos). Contudo, as fases de conflito tendem a se replicar continuamente, podendo ser destrutivas ao relacionamento. Pessoas muito românticas, normalmente tem dificuldades de superar essa fase. Nessa fase os cônjuges costumam afirmar a sua própria identidade, afastando-se da fase do encantamento onde funcionavam como apenas um só.
Algumas dicas podem ser oferecidas aos casais:
1 -Lembre-se que o processo de desencantamento inicial com o cônjuge é comum a todos os casais e é necessário para se conhecer melhor quem está ao seu lado.
2 - Não acredite que um filho poderá “resolver” os conflitos de um relacionamento. Normalmente, os filhos representarão mais possibilidades de conflitos aos casais devido às mudanças em suas vidas e também por causa dos desacordos que podem surgir com os fatores da educação.
3 - Nunca, em hipótese nenhuma, use palavras ofensivas ou atos agressivos em relação ao seu companheiro durante uma briga, gerando mágoas profundas que poderão levar o relacionamento ao rompimento.
4 - Em uma discussão, comente sobre seus sentimentos, do tipo “estou magoado(a) com sua atitude…”; “estou triste com o que você me disse…”; ao invés de acusar o companheiro (você é isso ou aquilo..).
5 - Lembre-se que os conflitos devem ser resolvidos sempre, mas com respeito à pessoa que está ao seu lado. Também exija respeito do ser que diz te amar.
6 - Tente finalizar os ciclos de conflitos quando estes se instalarem. Por vezes, gestos simples são suficientes, tais como: um presente fora de hora, uma viagem, um final de semana especial, de acordo com a imaginação de cada um.
Aceitação - Apesar de reconhecer os defeitos e individualidades os cônjuges resolvem investir na relação, pois, a solidez do casamento vem pelo tempo que os cônjuges gastam juntos. Conversas, risos, passeios, programas comuns... De bom tesouro cuida-se e evita-se perdê-lo. Marido: mulher bem tratada é um grande investimento; o retorno emocional é garantido. Nessa fase são comuns o nascimento dos filhos e projetos juntos. Geralmente essa fase dura em torno dos 5 anos, que compreende dos 2 aos 7 anos inicias da relação. Bons casamentos não acontecem por acaso. São produto de muito trabalho e da graça de Deus. Boa parte do trabalho é investimento emocional no relacionamento conjugal. O nosso grande problema é que sempre queremos e esperamos que as outras pessoas ajam e reajam como nós agiríamos e reagiríamos.
Crise de identidade - É nessa fase que ocorre a famosa crise dos 7 anos. as pessoas percebem que estão dedicados demais a família, que tudo que faz gira em torno do marido ou esposa e filhos. Começa com a ideia de que a vida sentimental e sexual caiu na rotina, e que sua vida está sem identidade própria. É muito comum ouvir pessoas que se separaram nessa fase dizer “Eu renasci”, ou “Eu me senti jovem de novo”. Foram iludidos pelo irreal e caem na síndrome do Peter Pan (juventude eterna). É uma fase de muitas comparações onde um homem trabalha com uma mulher perfumada, maquiada, bem vestida e em casa encontra a esposa, com criança no colo, cabelo desfeito, banho por tomar. Uma mulher encontra um homem compreensivo com quem pode se abrir, e se sente mais à vontade com ele do que com o esposo. Ignoraram situações e contextos diferentes. As aparências iludem, porque o mundo em que vivemos em casa é o real. O mundo de relacionamentos fora de casa é sempre artificial. Não banque o adolescente. Você é um adulto com responsabilidades e com uma pessoa com quem partilha a vida. É nesta altura que o amor é posto à prova e quem realmente ama manter-se-á ao lado do parceiro. Não permita brechas. Não dê armas ao inimigo.
Aproximação ou restauração - Se as fases anteriores foram superadas é um excelente sinal. Nesta fase o casal volta a unir-se através da comunicação e cada um ganhará experiência através da opinião do outro. O psicólogo e escritor George W. Crane afirmou que o elogio é o primeiro passo na arte de amar as pessoas. Dar opinião não significa criticar o tempo todo.Não existe uma arma mais eficaz para destruir o amor e o respeito próprio no outro do que o uso constante de palavras de repreensão ou reprovação. Nesse aspecto a Bíblia revela grande sabedoria por meio do rei Salomão, quando afirma que a vida e a morte estão no poder da língua. Pv. 18:21. Lábios que se moldam apenas para criticar afastam os beijos, afirmou George Vandeman. Deve-se ter um ao outro como o melhor companheiro. Mantenham o clima de namoro: querer estar junto com a pessoa. Orem juntos. Dificilmente duas pessoas que oram juntas brigarão entre si. Sejam parceiros espirituais.
Cumplicidade - Esta é considerada a última das fases de um relacionamento e é o momento onde o casal se preocupa em dar atenção, criando laços fortes de cumplicidade. depois de passar pelas outras fases o casal já entendeu que estarão juntos para sempre e não pensam mais em separação ou divórcio, no meio de uma briga isso não é mais cogitado. Estes já entendem o falar e o calar da outra pessoa, mas, para chegar a esse nível de cumplicidade todos passaram por todas as outras fazes.Como diz Peter Drucker, “O mais importante em comunicação é ouvir o que não está sendo dito.” E falando psicanaliticamente, a verdade se esconde entre as brechas da fala. É na dificuldade de falar que se encontra o maior sentido do ouvir. Não existem casamentos perfeitos, porque não existem homens e mulheres perfeitos. Existem casamentos que vão se aperfeiçoando a cada dia, com o aperfeiçoamento dos cônjuges. Cônjuges que vão renunciando aos seus propósitos egoístas, à sua arrogância e prepotência para se dedicar ao outro.
Casamento é, antes de tudo, uma instituição divina. Deus instituiu o casamento, e impôs algumas bases e diretrizes. Alguns "requisitos". Os seres humanos são constituídos de três partes: corpo, alma e espírito. Um casamento é uma união entre estas três partes de duas pessoas de sexos opostos.
Num outro enfoque, deve haver num casamento dois elementos: sexo e amizade. Os cônjuges devem ser amigos e amantes. Não apenas amigos, mas também amantes. Não apenas amantes, mas também amigos. Num casamento deve haver sexo e amizade.
Se julga necessário busque ajuda profissional e divina, mas, não abandone sua família é ela que estará com você em todo tempo.
Fontes: .francanoticias,blog.cancaonova, relacionamentos
Muito bom o artigo, parabéns!
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