Uma suposta revelação de um anjo a Joseph Smith, em 1827, três anos depois levou à publicação do Livro de
Mórmon, também chamado de “Outro Testamento de Jesus Cristo”. O movimento religioso, considerado uma seita do cristianismo, atende pelo nome oficial de Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Como a Bíblia não lhes parece suficiente, usam uma série de livros para fundamentar suas crenças. São eles “Livro de Mórmon”, “Doutrina e Convênios” e “Pérola de Grande Valor”.
Além disso, eles possuem um grupo de líderes que formam Quórum dos Doze Apóstolos e cujas decisões são consideradas equivalentes a palavra dos apóstolos de Jesus.
O comunicado oficial publicado no site oficial da Igreja dos Santos dos Últimos Dias, disse ter chegado a uma decisão final “depois de oito anos de trabalho.” Os editores reconhecem que há mudanças nos textos supostamente revelados pelo anjo Moroni a Joseph Smith: “A intenção era fazer com que as fossem modificar as questões gramaticais confusas… corrigir erros nos guias de estudo e incorporar recentes descobertas históricas em seções do “Doutrina e Convênios”.
As revisões na doutrina não são insignificantes, pois admitem erros e questionam a infalibilidade de uma revelação especial. Principalmente se ela sofre alterações várias vezes e se deixa levar pelos que os líderes mórmons consideram importantes por causa
de mudanças no pensamento da sociedade. As mudanças significativas desafiam dois grandes erros históricos presentes ao longo dos 180 anos de tradição deste grupo religioso. As duas novas “declarações oficiais” que aparecerão com a edição impressa dos livros a partir de 2013 lidam com questões controversas na história da seita: a poligamia e o racismo. O material agora está chegando aos outros países em que existem igrejas mórmons.
Segundo Beshears, é muito difícil conciliar as ideias de Smith a Declaração Oficial 1, de 2013, pois a seção 132 do Doutrina e Convênios diz claramente que a poligamia é um aspecto da “nova e eterna aliança”. Dizem os versos 61 e 62 “Se um homem desposar uma virgem e desejar desposar outra e a primeira der seu consentimento; e se ele desposar a segunda e elas forem virgens e não estiverem comprometidas com qualquer outro homem, então ele estará justificado; ele não pode cometer adultério, porque elas lhe foram dadas; pois ele não pode cometer adultério com o que lhe pertence e a ninguém mais. E se dez virgens lhe forem dadas por essa lei, ele não estará cometendo adultério, porque elas lhe pertencem e lhe foram dadas; portanto ele está justificado”.
A Declaração Oficial 2, também modifica um artigo do Doutrina e Convênios, que não permite que negros sejam sacerdotes ordenados,
nem tenham acesso ao mais alto nível da salvação na vida após a morte. O motivo seria a maldição mencionada no Livro de Mórmon, em 2 Néfi 5:21:21 e 23 “Ele fez cair uma maldição sobre eles, sim, uma dolorosa maldição, por causa de sua iniquidade. Pois eis que haviam endurecido o coração contra ele de tal modo que se tornaram como uma pedra; e como eram brancos, notavelmente formosos e agradáveis, a fim de que não fossem atraentes para meu povo o Senhor Deus fez com que sua pele se tornasse escura… E amaldiçoada será a semente daquele que se misturar com a semente deles; porque será amaldiçoada com igual maldição. E o Senhor assim disse e assim foi”.
O apologeta Beshears explica que “a resposta pode ser encontrada no ambiente cultural nos Estados Unidos no século XIX e XX. A Igreja dos Santos dos Últimos Dias foi influenciada pelo forte racismo, que era visto em todas as facetas da vida americana por mais de 200 anos”. Ele é enfático “Embora os líderes atuais não resolvam os problemas teológicos sobre poligamia e racismo… nem de perto corrigiram as doutrinas perigosas e falsas de Joseph Smith”.
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